Há 137 anos, a Lei Áurea era assinada, abolindo legalmente a escravidão no Brasil. No entanto, a liberdade não veio acompanhada de direitos, reparações ou inclusão. No dia seguinte, 14 de maio, teve início um projeto de exclusão que marginalizou a população negra, lançando-a à própria sorte — uma marca que ainda fere profundamente a sociedade brasileira.
O fim da escravidão deve, sim, ser celebrado. Mas é fundamental reconhecer o protagonismo negro nos movimentos abolicionistas e compreender que a abolição foi fruto da luta popular, e não um ato de benevolência da elite imperial. O 14 de maio simboliza o começo da exclusão, cujos efeitos ainda persistem. A verdadeira liberdade continua sendo uma luta cotidiana.