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Arte(s) sem fronteiras apresenta: Nega Carolina

 

Com a intenção de dar continuidade a proposta da música sem fronteiras, o eixo “ARTE SEM FRONTEIRA”, amplia o conceito de música como história e fonte de estudo para outras áreas da arte (poesia, teatro, cinema e arte urbana). Dessa forma o projeto abordará o conceito de arte, e a sua importância na contemporaneidade. Por isso, hoje, trazemos no formato entrevista a Ana Carolina, que se auto denomina Nega Carolina, ela tem 23 anos, nasceu em Teresina-PI estuda teatro desde os 17. Pretende concluir sua graduação em artes cênicas pela UFGD em um ano e meio.

Giovanna e Jhenifer a entrevistaram na tarde do dia 18/11 via google met. Transcrevemos essa entrevista, aonde Nega Carolina fala um pouco mais sobre si e seus atuais projetos logo abaixo para vocês leitores. 

Jhenifer: gostaria que você dissesse como foi o seu processo de inserção na arte, como é a sua relação com a arte… Você pode ficar livre para falar como quiser...

Nega Carolina: meu nome é Ana Carolina, pra quem não me conhece, mas geralmente me apresento como Nega Carolina. Eu tenho 23 anos, sou natural de Teresina-PI, passei a estudar teatro aos 17 anos quando terminei o ensino médio. Fiz teatro, dei aula de teatro, depois fui fazer a faculdade de artes cênicas, foi quando mudei pra dourados. Nesse meio tempo antes de ir pra dourados, trabalhei com produção artística, como atriz, produtora teatral e cinematográfica; e aí comecei a trabalhar com o processo de escrita, vim pra dourados, aqui fiquei mais focada na faculdade de artes cênicas, no processo acadêmico que é tão trabalhoso. Falta um ano e meio só pra formar; na pandemia, comecei a trabalhar outro processo na moradia estudantil. Sou representante da moradia estudantil e conselheira dos estudantes no CEPEC. As tomadas de frente começaram a acontecer na pandemia, comecei um processo chamado hora da poesia que foi uma coisa que fiz para melhorar minha escrita. Foi um processo interessante, os moradores começaram a se interessar, começou no apartamento depois foi pra área externa. Escrevemos um livro que foi finalizado no começo desse ano (2021). Desse tempo pra cá a gente foi estruturando o livro e tá pronto, vai ser lançado no ano que vem no dia 22 de fevereiro. O livro se chama “O Devaneio Era Sala de Visita” e está sendo financiado pela lei aldir blanc, esse livro é muito importante porque é meu primeiro livro e porque é fruto da quarentena, foi um período difícil pra todo mundo. nesse livro comecei a dar vasão a várias coisas, tanto as minhas questões pessoais como outras coisas. O livro reverbera sobre a questão da mulher negra, camadas mais baixas da sociedade, fala sobre a moradia estudantil que é um local que todos nós estamos sob uma condição, se a gente mora lá é porque a gente tem uma realidade específica. Mas não queria esquecer de outras coisas que a gente é né, quando a gente fala de artistas negros (...) a gente traz isso porque tem que trazer porque é latente, mas a gente não é só isso. Por ora, é isso, tenho um outro projeto que a gente vai iniciar em janeiro que é um podcast chamado “fora da caixa” que pretende trazer artistas fora da bolha na cena douradense; pessoas que não tem um privilégio, reconhecimento, amparo da universidade. Pessoas que não tem suporte, artistas de rua, pessoas que tem trabalhos maravilhosos, mas não são reconhecidos. E aí a gente pretende apresentar pra cidade, sociedade, comunidade acadêmica, todo mundo.